A Princesa e o Patinho Feio

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Imagem da internet. 

Texto escrito por mim, para um desafio de escrita, que em breve, será transformado em livro infantil.

“Era uma vez, uma linda princesa, que morava em um suntuoso castelo, repleto de ouro e luxo. Bastava ela desejar algo, o Rei, muito zeloso com sua filha, logo atendia seu desejo. Porém, mesmo sendo rica e linda, por muitas vezes a Princesa sentia-se triste, desanimada.

Um dia, enquanto tomavam café da manhã, o Rei perguntou para a Princesa: – Minha filha, por que você sorri tão pouco? Eu faço tudo para lhe agradar, e mesmo assim, não consigo ver a beleza do seu sorriso, nem o brilho nos seus olhos…

A Princesa respondeu: Meus dias são tediosos, Papai! Vivo cercada de coisas, mas sem amigos para conversar…Os criados são gentis comigo, mas me falta algo que nem todo o seu ouro pode comprar.

O Rei fechou a cara e franzindo a testa, perguntou rispidamente: – O que lhe falta, que o meu ouro não pode comprar?

A Princesa respondeu: Falta-me propósito, Papai. Algo pelo que lutar. Um motivo para acordar pela manhã todos os dias e pelo qual me orgulhar todas as noites. Falta-me descobrir o porque de ter nascido neste mundo.

O Rei calou-se. A Rainha, emocionada, pegou na mão da filha e disse-lhe: “Tenho certeza de que na hora certa você conhecerá o seu propósito, minha filha! Mas não o procure tanto, deixe que ele lhe encontre. No momento certo, todos descobrimos a que viemos”.

A Princesa então, recolheu-se aos seus aposentos, pensando no que a mãe lhe dissera. A mãe sempre fora muito contida nas palavras e submissa ao pai. Estranho justo hoje, quando o Rei ficou sem palavras, a Rainha pode expor sua opinião assim, de forma tão direta e sensível.

Na tarde daquele mesmo dia, a Princesa caminhou pelo bosque que cercava a propriedade. Enquanto deixava seus pensamentos vagarem na velocidade das águas plácidas do riacho, deparou-se com um lindo cisne. A beleza do animal chamou sua atenção. Com certeza ele migrara para lá recentemente, pois desde menina caminhava pelo bosque e nunca tinha visto um cisne por lá, muito menos um tão belo.

O cisne chegou na margem do riacho e parecia querer conversar com a Princesa. A jovem percebeu a aproximação e ajoelhou-se na margem. Os dois ficaram muito próximos e a princesa sentiu vontade de acariciar o animal. Barulhos de cascos de cavalos se aproximavam. Era a comitiva do Rei que estava indo caçar para as terras além do bosque. O alarido dos animais assustou o cisne, que afastou-se da Princesa, antes que ela pudesse tocá-lo. Também despertou a Princesa dos seus devaneios. Calmamente, a Princesa retornou ao Castelo, sem tirar a imagem do cisne da cabeça. Ele parecia tão triste, apesar de tão belo…Assim como ela…

No dia seguinte, a Princesa voltou até o riacho, decidida a encontrar o Cisne. E ele estava lá. Com toda sua exuberância e infelicidade. A Princesa aproximou-se do riacho e tentou tocar no Cisne. Ele novamente esquivou-se e se afastou da margem. E toda a tarde, depois desse dia, a Princesa fazia o mesmo ritual: caminhava pelo bosque procurando o Cisne, aproximava-se e tentava tocá-lo. Após a terceira tentativa, antes de tocá-lo, resolveu conversar com o Cisne. Elogiava a sua beleza, lia trechos de poesia para ele, que falavam de diferenças e amores não correspondidos. Muitas vezes, simplesmente conversava sobre o que lhe vinha à mente. Do jeito dele, tornaram-se amigos.

Até que no 17º dia, o Cisne deixou-se tocar e, dessa vez, quem se assustou foi a Princesa. No momento em que se tocaram, uma grande rachada de vento formou um cone, repleto de estrelas coloridas, e envolveu a Princesa e o Cisne em uma espécie de ciclone. Pouco a pouco o Cisne foi transformando-se em uma figura humana. A Princesa não acreditava no que estava vendo. Em sua frente, a magia acontecia.

Agora dava para ver que o Cisne transformara-se em um homem. Após o vento dissipar-se, ele olhou para a Princesa incrédula e convidou-a para sentar-se com ele em um tronco de árvore caído próximo ao riacho.

Ele contou-lhe que há muitos anos, um jovem feiticeiro, que queria ensinar compaixão e empatia ao mundo, transformou o homem em um cisne e, ainda bebê, o colocou em uma fazenda, para ser criado junto aos patos que moravam na propriedade. As lições não foram aprendidas pela Família Pato e o pequeno Cisne começou a vagar, de lago em lago, buscando aceitação. O feitiço só seria quebrado quando alguém conseguisse enxergar os sentimentos do homem, por trás da aparência de cisne. Os sentimentos que muitas vezes mascaramos para nos proteger, para nos esconder, para não encararmos as nossas vulnerabilidades enquanto seres humanos e falíveis. Somente alguém puro de coração, como a Princesa, seria capaz de enxergar esses sentimentos por trás da carcaça de um cisne.

O homem ainda completou: “Eu fui salvo pelo seu bom coração e pelas suas palavras tão carinhosas. Mesmo eu sendo tão diferente de você, você me enxergou como um igual. Conseguiu, através de suas atitudes, extrair o meu melhor, reencontrar a minha essência, e a minha forma humana. Você é Luz, é Fortaleza e é Ponte. Use essas habilidades e busque a essência de todos que compartilham a existência com você. Esta é a sua missão”.

E, olhando para o horizonte, seguiu seu caminho. E a Princesa, ao vê-lo partir, entendeu o que a Rainha lhe dissera: “Não procure tanto, deixe-o acha-la”. E ela havia descoberto, com a ajuda do “Homem-cisne”, a sua razão de viver. De agora em diante, ajudaria aos outros a encontrarem a sua essência. Nos dias que se seguiram, conversou com o Rei e a Rainha, juntou alguns pertences e iniciou uma longa jornada, buscando a realização em cada pessoa que ajudava a encontrar a essência.

A história é fictícia, mas esse poder de transformação, de bondade e de empatia está dentro de todos nós. Basta permitir-se praticar.”

Pollyanna – Eleanor H. Porter

Pollyanna, de Eleanor H. Porter foi escrito em 1912. É classificado como literatura infanto-juvenil, mas para mim, é uma leitura para todas as idades. Consiste em contar a história de uma órfã, que vai morar na casa da tia, sua única parente viva. A tia é muito rancorosa e de poucos sorrisos, ao contrário da menina, cheia de vida e de alegria.

Por ser pobre, antes de morar com a tia, a menina sempre dependia de doações para ter coisas novas. Certo dia, ela pediu uma boneca para o pai. Como não tinham dinheiro para comprar, o pai esperou pela próxima cesta de doações. E a única coisa que veio, foi um par de muletas, nada de bonecas. ilustração-de-PollyanaEntão, para diminuir a decepção da filha, o pai de Pollyanna lhe ensinou o jogo do contente. Esse jogo consiste em sempre encontrar um motivo para ficar contente, mesmo diante das diversidades que nos são apresentadas. No caso das muletas, o pai disse que a menina deveria ficar feliz por ter pernas saudáveis e não precisar de muletas. A menina aceitou a brincadeira do pai, e o jogo do contente acabou sendo o melhor que Pollyanna e que a autora, Eleanor, poderia dar de contribuição ao mundo.

A menina revolucionou a pequena cidade onde a tia morava, amoleceu o coração da rancorosa Tia Polly e conquistou o coração de milhares de leitores, por décadas e décadas!

Dois anos depois, a autora publicou a continuação da história, o Pollyanna Moça. Esta será a próxima leitura, para abril/maio. Em tempos de pandemia mundial, precisamos muito de doses de Pollyanna.

Com certeza, um dos meus livros da vida. E eu fico muito contente em ter o box da Editora Pandorga, que me possibilitou a releitura desse clássico da literatura internacional.

Amar e ser livre – Sri Prem Baba

Terminei a leitura de mais um livro este ano, o Amar e ser livre, do Sri Prem Baba. Este é um livro que vai continuar por algum tempo na minha estante, pois exige uma ou várias releituras. Ele pode ser considerado como auto-ajuda, eu acho, mas na minha opinião, o “serviço” que ele oferece é maior do isso. Sri Prem Baba é um guru brasileiro, nascido em São Paulo e que trilhou diversos caminhos até tornar-se guru.

Independente da formação e dos caminhos que seguiu, ele é uma pessoa iluminada, que através da sua obra Amar e Ser Livre almeja a revolução da sociedade por meio da retomada da essência e energia vital de cada um, que em primeira instância, é o amor.

Neste livro o amor é tratado numa esfera mais abrangente do que o relacionamento entre um casal. Prem Baba acredita que o amor deve estar presente na essência do indivíduo e por conta disso, influencia e é influenciado por todas as coisas que estão ao nosso redor, desde os objetos, a natureza e por fim, às pessoas.

De acordo com o autor, nascemos puro amor e ao longo da vida, vamos perdendo um pouco dessa essência, e o segredo para a nova sociedade ou o novo casamento, como ele chama, não é somente reencontrar essa essência perdida, mas sim, saber como acessá-la nos momentos em que precisamos dela em sua plenitude. A não ser que nosso desejo seja seguir para o caminho de uma revelação espiritual, dificilmente atingiremos a plenitude de Prem Baba, mas fazendo as técnicas que ele ensina e compreendendo que o verdadeiro amor existe em nós e para nós, já conseguiremos desfrutar de uma realidade menos áspera e mais próspera.

Uma coisa que chamou muito minha atenção foi a carta aos pais, uma técnica que ele incentiva a escrevermos para nos livrarmos de crenças limitantes que foram criadas e alimentadas durante nossa infância, pelos ensinamentos e pelos exemplos que absorvemos neste período tão importante da formação. Essa carta deve ser escrita com o maior sentimento e sinceridade possível e nunca deve ser entregue ao destinatário, porque segundo Prem Baba, se o destinatário não estiver no mesmo momento de autoconhecimento (e dificilmente estará), não conseguirá entender o real objetivo da carta, e as feridas causadas pela verdade absoluta com que ela deverá ser escrita, podem causar grandes e irreversíveis fissuras no relacionamento. O objetivo da escrita é botar para fora os sentimentos que geraram a crença limitante, oferecendo perdão à mãe ou ao pai por ter gerado aquela mágoa, hoje revertida em algo que impede a felicidade plena do indivíduo.

Prem Baba adota o caminho do perdão e da gratidão para encontrar a essência perdida. Pelas formações adquiridas na área da psicologia, ele traz alguns conceitos Freudianos sobre a sexualidade e a importância dela para a formação do indivíduo. Defende a liberdade do indivíduo em buscar a verdade e a transparência nos relacionamentos, mesmo que para isso o casal tenha que experimentar um afastamento provisório e novas experiências. Contraditório em uma primeira leitura, mas compreensível quando se faz uma análise livre de preconceitos do que ele está dizendo. Aliás, para entender o livro em sua plenitude, o leitor deve ter mente e coração abertos e livre de preconceitos.

A leitura é fluida, mas de longe é uma leitura leve e fácil, pois exige muita reflexão! Continuar lendo

Nós – Maria Avelina Fuhro Gastal

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Neste fim de semana terminei a leitura do 1º livro de contos da minha querida amiga, Maria Avelina Gastal, publicado pela Editora Metamorfose. Primeiro, contando um pouco sobre a história da autora. Avelina é assistente social por formação e atuou durante muito tempo no serviço público do estado do Rio Grande do Sul. Após a aposentadoria, em 2014/2015, não lembro ao certo, começou a dedicar-se a escrita. E, com certeza, temos só a agradecer por ela ter investido nesse hobby, que para nós, leitores, foi um presente.

O “Nós” é um livrinho pequeninho no tamanho, mas grande no impacto que seus contos causam no leitor. Com textos curtos, Avelina consegue atingir o coração, até mesmo do leitor mais desatento, trazendo “causos” da vida cotidiana, que poderiam muito bem acontecer com a vida de qualquer um, sendo que em muitos dos contos, realmente parece ser alguma lembrança real. Como conheço a autora e um pouco da sua trajetória, acredito que a história de vida dela possa ter contribuído para a criação de personagens tão ricos e diversificados. A leitura, apesar de rápida, de longe é fácil, pois mexe com as nossas recordações e nossas emoções, de uma forma que é difícil não ficar pensando nos personagens depois que viramos a página.

Alguns contos realmente chamaram a minha atenção, como por exemplo, o Ponto de Equilíbrio, o Cheiro de Lavanda e Flores e Samovar. Talvez por ser mãe, fiquei realmente tocada com os dois últimos, que antecedem o derradeiro Paradise Garden, este sim, despertou um sentimento que nenhum outro tinha despertado, o de raiva! Como disse para a própria autora após a leitura do livro, ele traz um pouco da comédia e da tragédia da vida privada de cada um.

Não sou muito acostumada à leitura de contos, mas estes, prenderam a minha atenção e conquistaram meu coração. Pela qualidade da obra e pelo meu vínculo com a autora, esse vai ser um dos queridinhos da minha estante.

Um livro para rir, se emocionar e, acima de tudo, refletir. Vale a leitura, sem dúvida!